Depoimento – Guenji Yamazoe

Bosque da Diversidade – Um presente para a cidade de São Paulo

Instituto Florestal e Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE)

Guenji Yamazoe

O Bosque da Diversidade, localizado no Parque Ecológico do Tietê, teve sua instalação iniciada em 2004, durante as comemorações dos 450 anos da fundação da cidade de São Paulo, simbolizando, com a grande variedade de espécies plantadas e a participação de numerosas comunidades que compõem a cidade, a biodiversidade da Mata Atlântica e o caráter cosmopolita de São Paulo.

O Bosque da Diversidade é um projeto conjunto da ABJICA – Associação dos Bolsistas JICA – São Paulo e do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) da Secretaria de Energia e Saneamento, com apoio do Instituto Florestal da Secretaria do Meio Ambiente e da Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA).

A implantação e a manutenção do Bosque da Diversidade foram viabilizadas mediante adesão de R$ 100,00 por árvore, tanto para pessoas físicas como jurídicas, para cobrir despesas de preparo do solo, aquisição de mudas, plantio, replantio, adubação e manutenção durante 5 anos.

O plantio do Bosque foi encerrado em 2008, com plantio de 1000 árvores patrocinados pela K LINE, empresa japonesa de transporte marítimo, totalizando 2700 mudas de 68 espécies. Atualmente a manutenção dos plantios está sob responsabilidade do Parque Ecológico do Tietê (DAEE).

A instalação do Bosque da Diversidade contou com a adesão das seguintes comunidades, além da brasileira: japonesa, portuguesa, alemã, espanhola, italiana, israelita, sírio-libanesa, armênia, tcheca, húngara e búlgara.

Situada entre a margem esquerda do rio Tietê e a pista São Paulo – Aeroporto de Guarulhos da Rodovia Ayrton Senna, a região era uma área bastante degradada antes da implantação do Bosque da Diversidade.  Na época da seca, o fogo se alastrava e a fumaça intensa chegava a dificultar o trânsito de veículos na Rodovia. Havia cerca de 150 cabeças de gado solto na área, e uma das maiores preocupações era evitar o dano do plantio pelos animais. O acesso com veículo ao local era feito unicamente por sob a ponte do rio Tietê. Com o início do plantio do Bosque, a estrada marginal da Rodovia foi perenizada e o gado foi retirado posteriormente.

Dada a sua localização, é frequente a inundação, e mesmo as espécies consideradas mais resistentes a essas condições, como ipê-do-brejo, cedro-do-brejo, pinha-do-brejo, etc., têm apresentado baixa sobrevivência. Na época das chuvas de 2009-2010, a maior parte da área permaneceu literalmente debaixo d’água durante 4 meses, tendo ocorrido mortes de grande número de árvores, especialmente de ipês-amarelos e paus-cigarras, estes últimos com 4-5 metros de altura. As falhas decorrentes não foram replantadas devido à dificuldade de sua manutenção pontual.

Também existem manchas de solos pouco permeáveis, o que, aliado ao problema de inundações, torna o plantio de árvores inviável. O que vem se constatando agora é a ocorrência de regeneração natural de algumas espécies, como a quaresmeira. Esse mecanismo, desde que convenientemente manejado, propiciará o paulatino repovoamento das clareiras com espécies apropriadas. O Bosque da Diversidade caracterizou-se pelo seu pioneirismo, pois outros plantios se seguiram. Já em 2006, foi instalado em área contígua, o Bosque dos Municípios, com o qual o Governador Geraldo Alckmin homenageou os municípios paulistas, cujos nomes são relacionados a árvores. Em 2008, foi implantado o Bosque da Amizade Brasil-Japão, para comemorar o centenário da imigração japonesa no Brasil. Em 2010, foram feitos os plantios de compensação ambiental do DERSA, referentes às obras das Marginais do Tietê. Posteriormente, ocorreram outros plantios em cumprimento a diversos Termos de Ajustamento de Conduta (TAC).

Agora, para a grata satisfação dos organizadores e colaboradores, uma faixa de 30 metros do Bosque da Diversidade, ao longo da Rodovia Ayrton Senna, será integrada ao Jardim Metropolitano, um projeto do arquiteto Ruy Otake, como parte dos preparativos do Governo do Estado para a Copa de 2014.

AS 1000 ÁRVORES DA K LINE A doação de 1000 árvores pela K LINE, empresa japonesa de transporte marítimo, foi a contribuição mais expressiva que o Bosque da Diversidade recebeu. As árvores foram plantadas em 25 de janeiro de 2008, comemorando três eventos: os 453 anos da fundação da cidade de São Paulo, a abertura do escritório da K LINE no Brasil e o centenário da imigração japonesa no Brasil.